História do Internacional
Um clube que tem na cor da sua camisa um significado de luta e conquistas. Assim é o Sport Club Internacional, a garra vermelha do Rio Grande do Sul.
O início
Os irmãos Poppe, Henrique, Luiz Madeira e José Eduardo chegaram de São Paulo para Porto Alegre na primeira década de 1900 com o objetivo de criar um time de futebol abrangente para todas as etnias e assim, dia 4 de abril de 1909, era fundado o Sport Club Internacional. O nome é uma homenagem ao Internacional Paulista, clube pelo qual os irmãos faziam parte e ao mesmo tempo, uma alusão à amplitude de receptividade para todos.
Região da Ilhota, conhecida pela forte influência cultural, o que inclusive coincidia com a premissa da criação do Clube foi digamos, a primeira sede do Inter. O campo da rua Arlindo abrigou os primeiros treinos dos Colorados.

O primeiro jogo
No mesmo ano de fundação, o Internacional entrou em campo pela primeira vez e o resultado foi o mais desastroso possível. No dia 18 de julho, estádio da Baixada, o placar final mostrou: Grêmio 10 x 0 Internacional. Derrota justamente para o clube que ao longo do tempo tornaria-se o maior rival dos Colorados.
A primeira vitória ocorreu no dia 12/10/1909, por 2 a 1 contra o Militar Football Club.
Os primeiros títulos
Após um período instalados junto a alunos do Colégio Militar, o Internacional alugou a Chácara dos Eucaliptos, oficialmente o primeiro local para as partidas do time.
O local trouxe sorte para o Colorado pois, o clube conquistou os primeiros títulos no Campeonato Citadino e logo com uma sequência do tetra campeonato.
Eucaliptos
Na década de 20 o Internacional passou por uma séria crise financeira, o que quase encerrou as atividades do clube, mas demonstrando resiliência, os alvirrubros conseguiram se reerguer e em 1927 começaram a construção da nova casa, o Estádio dos Eucaliptos no bairro Menino Deus, que foi inaugurado em 1931 numa vitória por 3 a 0 contra o Grêmio.
Este período também é marcado por craques da história Colorada como Sylvio Pirillo e Tupan. Surgia o embrião do chamado “Rolo Compressor”.

Rolo Compressor
Uma era de vitórias significativas e um elenco impiedoso com os adversários. Craques como Tesourinha e Carlitos, a torcida colorada sempre lotando o Estádio dos Eucaliptos e oito títulos estaduais em 10 anos, sendo o primeiro a conseguir um hexacampeonato no Rio Grande do Sul. Assim foi os anos 40 para o Internacional.
Aquele time-base: Ivo Winck, Alfeu, Nena, Assis, Ávila, Abigail, Tesourinha, Russinho, Vilalba, Rui e Carlitos.

Carlitos, o artilheiro
No Rolo Compressor um jogador era sinônimo de gol! Carlitos é o goleador máximo dos Colorados com 485 gols em 384 jogos, uma incrível média de 1, 26 gols por partida e algo especial para a torcida: são 42 tentos em 62 Grenais.
Anos 50: craques e início do Beira Rio
Bodinho, Larry, Salvador, Chinesinho, Milton Vergara, Oreco, Florindo, os chamados “herdeiros do rolinho”, sob o comando do técnico Teté, o “Marechal das Vitórias” o Colorado ganhou cinco estaduais e um momento ímpar: representou a Seleção Brasileira no título Pan Americano de 1956, primeira conquista do Brasil fora do país.
Neste mesmo ano o vereador Epharaim Pinheiro Cabral, mandatário Colorado em 51 e 52 apresentou junto à Câmara de Vereadores o projeto de doação de uma área de aproximadamente oito hectares para a construção da nova casa alvirrubra. O detalhe é que o terreno estava localizado às margens do Lago Guaíba e o terreno precisou ser aterrado.

História do Clube _ Sport Club Internacional
O Beira Rio em construção
Os anos 60 tiveram poucas conquistas, dois estaduais em 61 e 69, aperto financeiro por conta da construção do Beira Rio e alguns bons jogadores “prata da casa” como Bráulio, Dorinho e Pontes.
O gigante da Beira Rio
Em 6 de abril de 1969, os colorados ganhavam o gigante da Beira Rio, orgulho para o lado vermelho de Porto Alegre. No jogo inaugural, 100 mil pessoas e vitória sobre o também “encarnado” Benfica-POR de Eusébio. 2 a 1 e a revelação Claudiomiro aos 18 anos, com o nome na história por marcar o primeiro gol do Gigante.
Ainda em 69, a primeira festa no Beira Rio. Empate por 0 x 0 contra o rival Grêmio e título gaúcho na prateleira.
O mascote
Surgido em 1960 como Sacy, o Saci tornou-se mascote oficial do Internacional em 2016 quando foi documentado no estatuto do clube.
A era Falcão
Década de 1970, uma década dourada para o Internacional. Primeiro o octacampeonato gaúcho (69 a 76), depois, um domínio no futebol nacional capitaneado pelo genial Paulo Roberto Falcão. O camisa 5 do Colorado, com estilo de jogo elegante brindou os torcedores da “Nação Colorada” com três títulos brasileiros.
Na decisão de 1975, vitória sobre o Cruzeiro no Beira Rio, com o gol iluminado do xerife Figueroa. Na temporada seguinte, vitória sobre o Corinthians por 2 a 0 também no Beira Rio.
O time-base: Manga, Valdir, Figueroa, Hermínio e Chico Fraga, Caçapava, Falcão e Paulo César Carpeggiani, Valdomiro, Flávio Minuano e Lula.
O único campeão invicto
Na campanha de 1979, o Internacional alcançou um feito inigualável até hoje. Ser Campeão Brasileiro invicto. Como de praxe nesta década, a liderança de Falcão permeou as ações Coloradas na campanha de 23 jogos com 16 vitórias e sete empates, 41 gols marcados, 13 sofridos.
O time-base: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro; Batista, Jair e Falcão; Valdomiro (Chico Spina), Bira e Mário Sérgio. Técnico: Ênio Andrade.
Boa parte desse elenco ainda seria vice-campeão da Libertadores de 1980, sendo derrotado pelo Nacional-URU de Hugo De Leon.
A Copa do Brasil
A era Falcão acabou (o craque foi para a Itália ser o “Rei de Roma”) e o Internacional conquistou quatro estaduais durante os anos 80, um vice-campeonato Brasileiro em 88 mas, no começo da década seguinte a torcida colorada gritou “É campeão!” no cenário tupiniquim.
Copa do Brasil de 1992 e o clube foi avançando de fase em fase até a esperada final contra o Fluminense do artilheiro Super Ézio. Na primeira partida vitória do Tricolor das Laranjeiras por 2 a 1. Na volta, um Beira Rio lotado viu o gol do título marcado em jogada oriunda de um polêmico pênalti assinalado pelo árbitro José Aparecido de Oliveira. O zagueirão Célio Silva “soltou” o pé, e o Internacional era campeão de uma competição nacional mais uma vez.

Dois momentos difíceis nos anos 2000
Primeiro, o Brasileirão de 2005, quando o Colorado até hoje reclama do jogo diante do Corinthians no Pacaembu. Um lance polêmico entre o goleiro alvinegro Fábio Costa e o meio-campista Tinga, onde o árbitro Márcio Rezende de Freitas não teria marcado um pênalti e ainda expulsou o jogador do Inter.
Em 2016, o Internacional amargou uma péssima campanha e foi rebaixado para a série B. Na temporada seguinte o clube retornou à elite mas não conquistou a segunda divisão, título arrematado pelo Atlético-MG.
As Américas e o mundo vermelho
Em 2006, o Internacional chegou a um momento de sonhos para a sua vibrante torcida.
Final contra o São Paulo. No Morumbi, resultado importantíssimo e a vitória por 2 a 1, gols de Rafael Sóbis. Na volta quase 58 mil pessoas em êxtase para presenciar o empate por 2 a 2, o título da Liberta, e nomes como Clemer, Índio, Edinho, Fabiano Eller, Iarley, Ceará, Alex e Fernandão de vez no coração colorado.
No Mundial de Clubes, um confronto de arrepiar diante do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, simplesmente o melhor jogador do mundo à época.
Um cochilo da zaga grená e Adriano “Gabiru” fez o mundo ser pintado de vermelho. O placar de 1 a 0 dava o título ao azarão Internacional.

O Internacional venceu a Recopa Sul-Americana de 2007 e 2011.
Em 2008, novo triunfo Sul-Americano com a Copa Sul-Americana no duelo com o Estudiantes-ARG. Além do título os Colorados conheciam um novo ídolo, o argentino D’Alessandro e o famoso dribre “la boba”. Bolívar, Índio, Guinazú, Alex e Nilmar também jogaram com o coração aquele campeonato.
O segundo título da Libertadores veio em 2010, numa final contra o Chivas Guadalajara do México. Incontestável, o Colorado venceu “lá e cá” (2 a 1 | 3 a 2).
Com Celso Roth no comando, o time da final: Renan, Nei, Bolívar, Índio e Kleber, Sandro, Guinazú e Tinga (Wilson Matias) D’Alessandro e Taison (Giuliano) Rafael Sóbis (Leandro Damião).
Sede da Copa
Em 1950 o Estádio dos Eucaliptos sediou jogos da Copa do Mundo e isso se repitiu em 2014 com o Beira Rio.
Futsal
O Sport Club Internacional também foi referência vitoriosa no Futsal. Campeão do estadual noves vezes, uma Liga Brasileira, uma Taça Brasil, uma Libertadores e uma Copa Intercontinental.
Falcão
Um camisa 5 com autoridade e estirpe de camisa 10, um jogador que antes de entrar em campo com o manto colorado, participou da construção do Beira-Rio (carregando tijolos) junto ao seu pai. Um jogador que integrou e liderou como poucos na história do futebol brasileiro uma equipe nas suas primeiras conquistas no âmbito nacional; Paulo Roberto Falcão, ou melhor (melhor mesmo) Falcão vestiu a camisa do Internacional entre 1973 e 1980. O craque foi um dos precursores do chamado volante moderno, um jogador que não apenas desmarcava os adversários, o volante moderno sabia sair jogando com bons passes e também finalizava bem.
Foram cinco títulos gaúchos (1973, 1974, 1975, 1976 e 1978), três brasileiros (75, 76 e 79), 75 gols marcados nas 392 partidas.
Por falar em partidas, uma e mais especificamente um gol marca a trajetória do gênio no Inter e o coração colorado da vibrante torcida. Semifinal do Brasileirão de 76, jogo entre Inter x Atlético-MG. Placar de 1 a 1, 45 do segundo tempo, bola alçada da defesa para a entrada da grande área do Galo, e surge uma inesquecível tabelinha de cabeça entre Escurinho e Falcão, que no último toque de pé direito decreta a festa colorada no Gigante da Beira-Rio. Inter na final do Brasileirão e posteriormente, bicampeão.
Após o sucesso como “Rei de Roma” e passagens pela Seleção Brasileira nas Copas do Mundo em 1982 na Espanha e 1986 no México, e no São Paulo em 1986, Falcão dirigiu o Brasil durante um curto período em 1991. Além disso, América do México e Seleção Japonesa estiveram no currículo do treinador. Depois, Falcão teve um período como comentarista de TV e Rádio.
Em 2011, Falcão retornou ao Internacional na condição de técnico, foi campeão gaúcho, mas passou pela eliminação na Libertadores para o Penarol-URU.
Grenal
Muitos estudiosos, fãs, e jornalistas apontam o Grenal como o clássico de maior rivalidade no futebol brasileiro. Uma rivalidade que move 79% do Rio Grande do Sul leva muitas vezes para fora dos gramados, símbolos da cor dos clubes que o rival não utiliza, como por exemplo o Papai Noel azul ou, não citar o nome do outro nas notícias.
Tido como o Grenal do Século, o jogo da semifinal do Brasileirão de 1988 disputado em 12 de fevereiro de 1989 é um marco na história Colorada.
Depois da igualdade (0 a 0) no Olímpico, o gigante da Beira-Rio com aproximadamente 80 mil pessoas estavam sob uma temperatura escaldante de 40°C. Para esquentar ( se é que precisava), o clima, a torcida da casa viu o principal rival abrir o marcador com Marcos Vinicius e não bastasse, o alvirrubro Casemiro recebeu cartão vermelho 12 minutos após o gol gremista.
Numa substituição na base do “tudo ou nada” o técnico Abel Braga tirou o volante Leomir para a entrada do atacante Diego Aguirre. Colorados na pressão total e uma virada épica com dois gols do centroavante Nilson, aos 16 e 26 da etapa final. Classificação heróica do lado vermelho de Porto Alegre.