Perder para o atual elenco do Botafogo, num jogo onde o Flamengo dominou boa parte, em um domingo às 11 da manhã, sob um sol escaldante no Maracanã, não seria nenhum motivo para a famosa frase já conhecida de todo rubro-negro: Crise na Gávea.
Mas o que deixa essa frase entalada na garganta do torcedor, e de toda imprensa, é o modo como o time vem se comportando dentro de campo e, principalmente, a estratégia adotada pelo técnico Tite.
Não estou falando que não se deva poupar, que devemos rasgar os dados do departamento de saúde. Mas sim que, a utilização dessa palavra, com uma constância grande nas últimas semanas, alinhadas ao fato de que o treinador já falou em priorizar competições, acaba trazendo uma sensação de falta de planejamento.
É sabido que o calendário Brasileiro é ruim, atropelado, desgastante e que não vamos parar na Copa América desde sempre. Talvez o peso dado ao campeonato Estadual esteja sendo cobrado agora, a viagem feita aos Estados Unidos com o elenco principal, não poupar na partida de volta contra o Nova Iguaçu, não controlar as minutagens contra os pequenos no Estadual. Tudo isso tem seu peso.
É nítido o peso que isso acarreta em jogadores talentosos, porém, não tão robustos fisicamente. Arrascaeta tem se arrastado em campo, não consegue acompanhar a intensidade que De La Cruz e Luiz Araujo entregam, fisicamente.
Bruno Henrique, que sempre teve como ponto forte a explosão e habilidade, no 1 contra 1, no jogo contra o Botafogo se fez uma jogada dessa foi muito e, mesmo assim, ao chegar na quina da grande área preferiu voltar o jogo e cadenciar.
Falta agressividade, falta explosão, falta vontade de fazer gol ao time.
Foram desferidos 13 chutes a gol, nenhum na direção da meta do goleiro alvinegro. 60% de posse de bola, sem nenhuma efetividade. O jogo estava controlado para o Flamengo, o primeiro tempo deveria ter sido de definição, ter matado o jogo, mas o time cercava a área e não agredia.
Tudo bem, tem dia que é noite, tem jogo que a bola não vai entrar. Muitos erros individuais do ataque, o time sem Arrascaeta sobrecarrega De La Cruz. Allan ainda não parece ter recuperado o futebol que mostrou no Galo e os meninos da base não tem conseguido performar a altura dos titulares (talvez por falta de chances).
Agora é aguardar quarta-feira, não sabemos qual time entrará em campo. Arrascaeta e Pulgar saíram machucados, Cebolinha continua lesionado, vamos ver o que o Sr Adenor preparará para esse duelo contra o Amazonas.
Qualquer resultado diferente de uma boa e convincente vitória, fará aquela velha e conhecida frase ecoar pelos corredores da Gávea e, principalmente, do Ninho do Urubu!
Salpicadas:
Já corre pelas redes sociais a velha frase: Fora Tite, Volta Jesus. Estamos longe dessa terra arrasada, mas enquanto esse velho fantasma pairar pela Gávea, nenhum treinador terá paz para trabalhar.
O primeiro gol do Botafogo, é um dos muitos gols tomados em bola cruzada na área do Flamengo, está na hora de olhar com mais calma essa matéria.
A entrada do Gerson deu mais mobilidade a equipe, o jogador se apresentou bem, deu opção ao ataque e mais poder a defesa. Vai se tornando uma peça importante para o elenco nessa volta.
A saída de Pulgar machucado preocupa. Embora o chileno tenha uma problema para cobrir muitos espaços na marcação (o que fazia muito bem o cria da base João Gomes), Allan tem feito menos ainda, talvez uma solução caseira esteja por vir.
Pra uma dupla de zaga que não levava gols, a uma dupla que não tem dado certo, foi um pulo, Fabricio Bruno e Léo Pereira, precisam ver o que está havendo no relacionamento.
E o Pedro? De gol todo jogo a Jejum, tá na hora de acordar.