Anos de glória! Relembre as campanhas que tornaram o Cruzeiro bicampeão brasileiro

Relembre as campanhas vitórias do Cabuloso nos brasileiros de 2013 e 2014

Existe um grande clube na cidade! Campeão Brasieliro em 1966 e em 2003, o Cruzeiro decidiu esperar menos de 37 anos para ganhar o título mais uma vez. Com campanhas arrebatadoras e dominantes, não deu chance aos adversários e garantiu os títulos de 2013 e 2014, entrando na seleta lista de clubes que venceram a competição duas vezes consecutivas.

Jogadores do Cruzeiro erguendo o taça de campeão do Campeonato Brsileiro 2013. – Foto: Divulgação/Cruzeiro

Com Marcelo Oliveira no comando e craques como Fábio, Marcelo Moreno, Thiago Goulart, Júlio Baptista, Everton Ribeiro e Dagoberto em campo, o Cabuloso fez duas das campanhas mais perfeitas da história.

Campanha de 2013: o campeão voltou

As primeiras rodadas do Brasileirão, geralmente, já mostram os times que brigarão pelo título da competição. O Cruzeiro, no entanto, teve sua pior colocação justamente nessa fase. Em 6 rodadas, o time tinha somado 9 pontos, sendo duas vitórias, três empates e uma derrota. Daí em diante, o Cabuloso disparou.

Na sétima rodada venceu o Náutico e entrou no G4, na oitava rodada venceu o São Paulo e subiu mais uma posição, chegando no terceiro lugar. Se tornou líder somente na nona rodada, depois de vencer o rival Atlético-MG por 4 a 1, somar 18 pontos, e contar com a derrota dos que também sonhavam com o título. Da décima a décima quinta rodadas, altos e baixos: ganhava e assumia a liderança, perdia ou empatava e era ultrapassado.

Foi na 16ª rodada que a equipe se estabilizou na liderança. Depois de vencer a Ponte Preta por 2 a 0 e emplacar uma sequência de 12 jogos sem perder (1 empate e 12 vitórias), se consolidou na liderança e não saiu mais até o fim da competição. Mesmo perdendo dois jogos consecutivos, a equipe não foi ultrapassada. Voltou a vencer, e os adversários viam o título cada vez mais próximo do Cabuloso.

Com quatro jogos de antecedência, depois de vencer o Vitória-BA em fora de casa por 3 a 1, e de contar com a derrota do Athletico-PR por 2 a 1 para o Criciúma, o Cruzeiro foi declarado campeão do Campeonato Brasileiro. As últimas rodadas foram de duas derrotas e dois empates, mas nada poderia ser feito por ninguém. A raposa tinha feito 76 pontos e não seria ultrapassada por ninguém.

Em números, o time comandado por Marcelo Oliveira terminou a competição com 66,67% de aproveitamento, perdendo somente 8 jogos, 7 empates e surpreendentes 23 vitórias. Os artilheiros da equipe foram Borges e Ricardo Goulart, com 1 gols cada. É memorável também a vitória por 4 a 2 contra o Atlético-MG,maior rival, no primeiro turno da competição.

Mandante quase perfeito

Em 2013, o Mineirão não estava pronto para receber jogos por consequência da reforma para receber jogos da Copa do Mundo de 2014, e o Cruzeiro mandou seus jogos na Arena do Jacaré, em Sete Lagos.

Das 19 partidas disputadas em casa, o Cabuloso venceu 14, empatou 3 e perdeu somente 2. Dos 57 pontos possíveis de serem conquistados, a equipe garantiu 45 jogando diante de sua torcida, e terminou com 79% de aproveitamento como mandante. As únicas equipes que conseguiram superar o timaço de Marcelo Oliveira na Arena do jacaré foram o São Paulo e o Bahia.

O saldo de gols também surpreende. Foram 47 gols marcados, uma média de 2,5 por jogo, e somente 16 sofridos, finalizando com um saldo em 31. Foram nove goleadas em 19 jogos, sendo uma delas contra o rival Atlético-MG, e a maior delas sendo contra o Goiás, por 5 a 0, na primeira rodada.

Como visitante, ainda mandava

Jogar fora de casa é difícil por diversos fatores. A torcida adversária, a exaustão do deslocamento até a cidade do jogo, a falta de costume, as condições climáticas da região que afetam o corpo, e muitas outras coisas. O Cruzeiro, portanto,não tomou muito conhecimento disso. Dos 19 jogos, venceu 9, empatou 4 e perdeu 6, menos da metade. O aproveitamento do clube terminou em 54%, conquistando 31 pontos dos 57 disponíveis.

Balançar as redes também não foi um problema para o time comandado por Marcelo Oliveira, mas se comparado com o desempenho jogando em casa, a defesa foi bem mais vazada. A equipe marcou 30 gols fora de casa, mas sofreu 21, terminando com o saldo de 9 gols. A maior vitória como visitante foi um 4 a 1 sobre o Naútico, nos Aflitos, em Recife.

Campanha de 2014: o bicampeonato

Depois de uma temporada quase perfeita no ano anterior, o Cruzeiro manteve o treinador, a base de jogadores e reforçou o time. O investimento e as metas eram altas, já que a última temporada tinha provado que era possível vencer. Foi assim que o cabuloso fez uma campanha ainda melhor, com números ainda mais surpreendentes que em 2013

O topo da tabela demorou menos dessa vez. Depois de três rodadas no G4, veio a primeira derrota para o rival Atlético-MG por 2 a 1, e o amargor do quinto lugar já na quarta rodada. Na quinta rodada voltou a vencer, venceu o Sport por 2 a 0 na sexta rodada e ocupou a liderança pela primeira vez. Gostou do posto e decidiu não sair mais. Liderou a competição 33 rodadas e foi campeão com duas rodadas de antecedência.

Foram 80 pontos conquistados, sendo 24 vitórias, 2 empates e 6 derrotas, uma vitória e um empate a mais, e duas derrotas a menos que na temporada passada. O saldo de gols total também foi menor, mas nada que tenha se tornado um problema para o time de Marcelo Oliveira. A maior diferença, dessa vez, foi o São Paulo, que também fez uma ótima campanha e não deu margem para erros. Não que o Cruzeiro tenha errado, mas ter uma concorrência forte pode ter sido o fator determinante para a melhora nos números.

O elenco, que já era forte, recebeu um reforço boliviano, Marcelo Moreno, que mostrou a que veio e se tornou artilheiro do time na competição, dividindo o posto com Thiago Goulart, que ocupou a posição pelo segundo ano consecutivo, ambos com 15 gols. Juntos, foram responsáveis por quase 50% dos gols do Raposa, que marcou 67 no total. O terceiro maior marcador, Everton Ribeiro, marcou somente 6, menos da metade. Foi o ano que consagrou ambos como ídolos do clube.

O Cabuloso, naquele ano, já tinha conquistado o Campeonato Mineiro, chegou na final da Copa do Brasil e foi eliminado nas quartas de final da Libertadores, para o campeão San Lorenzo. Um ano de resultados incríveis que foi coroado com o título do Brasileirão.

Como mandante: dominou o Mineirão

De volta ao Mineirão, o time que já era dominante, se tornou ainda mais. Foram 15 vitórias jogando em casa, 2 empates e 2 derrotas, com aproveitamento de 82%, 3% a mais que a campanha de 2013, que já tinha sido muito boa. Dos 57 pontos disponíveis, dessa vez o time conquistou 47 e perdeu somente 10. Dois jogos como mandante foram disputados em Uberlândia, no Parque do Sabiá, contra Flamengo e São Paulo, mas a maioria foi no Mineirão e o Cabuloso se tornou o primeiro time a levantar a taça do Brasileirão, após a reforma. 

Quanto a quantidade de vezes que a rede foi balançada, o Cruzeiro marcou menos e vazou mais que em 2013, mas manteve um saldo surpreendente. Foram 43 gols a favor (média de 2,2 a favor) e 17 contra, resultando no saldo de gols positivo em 26. A maior goleada foi um 4 a 2 contra a Chapecoense, pela décima oitava rodada do primeiro turno.

Como visitante, seguiu mandando

Jogar fora de casa realmente não foi um problema para o Cruzeiro de Marcelo Oliveira. Dos 19 jogos, venceu 9, empatou 6 e perdeu somente 4, sendo um deles pro rival direto na briga pelo título, o São Paulo. Dos 57 pontos disponíveis, conquistou 33 e perdeu 24. O aproveitamento ficou em 58%, 4% a mais que no ano anterior, quando os adversários exigiram menos. 

O Cruzeiro balançou a rede adversária fora de casa menos vezes que o ano anterior, mas manteve o número de gols sofridos em comparação. O torcedor cruzeirense comemorou 24 gols e sofreu em 21 oportunidades, quando o adversário marcou. O saldo de gols terminou somente em +3, seis a menos que na temporada de 2023. O melhor resultado do Cabuloso foi com diferença de dois gols, quando venceu o Internacional por 3 a 1, no Beira-Rio.

Recordes conquistados

Maior quantidade de rodadas na liderança: até então, o São paulo era dono de recorde, depois de liderar por 27 rodadas, mas o Cruzeiro não só ultrapassou, como abriu vantagem, já que liderou por 33 rodadas;

Time que mais terminou o Brasileirão no G4: até então, o Cabuloso era, isoladamente, o time que terminou mais vezes a competição, no G4, mas Internacional, Corinthians e Palmeiras empataram na estatística;

Campeão com recorde de pontos: até então, o Cruzeiro se tornava o time a ser campeão com mais pontos na história dos pontos corridos e o time que vai venceu numa mesma edição, ganhando 24 partidas, mas logo foi superado pelo Corinthians, que venceu a competição no ano seguinte com 81 pontos e também 24 vitórias. O atual detentor do recorde é o Flamengo, que em 2019, somou 90 pontos e venceu 28 jogos.